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Marina Quinan (DRT 11613) e Juliana Balsalobre (DRT 11717) são atrizes, palhaças e arte-educadoras. Formadas pelo Teatro-Escola Célia Helena/SP em 1995. Foram professoras de teatro para crianças e adolescentes na Casa do Teatro-SP de 1994 a 2000 e atuaram nos hospitais junto aos Doutores da Alegria de SP de 2000/2001 até 2008.

Trajetória

Acervo Las Cabaças

Arthur Andrade

Rodrigo Luz

Fundaram a dupla em 2006 quando realizam seu primeiro projeto itinerante chamado Brasil na Cabaça: uma viagem de estudo e pesquisa prática pelos estados do Maranhão, Bahia, Ceará e Pará, para encontro com palhaços e público de outras regiões, coletando e estudando gagues, histórias, diferenças e semelhanças nas formas de atuação dos fazedores de palhaçadas, bem como a convivência com novas situações socioculturais. Com duração de sete meses, foi realizado com recursos próprios e teve como fruto a criação do espetáculo Semi-Breve.  

Dentre as inspirações artísticas da dupla, o sonho de viajar o Brasil afora, levando junto seu repertório de cenas, o gosto pelo improviso e pela poesia, além da pequena Firula, cadela de estimação. No ano de 2006, o sonho se tornaria realidade. O projeto delas envolvia uma pesquisa com a palavra poética.

 

... com duas cabaças na cabeça, uma grande, outra pequena, proporcionais provavelmente à quantidade de idéias que levavam, ou à falta delas… Duas figuras estranhas, vestidas de branco e preto, que traziam na maquiagem um toque de vermelho, mas sem o nariz de plástico, ou de látex, que nos conta: ah, são os palhaços...

 

Quinan e Bifi  tinham respondido perguntas fundamentais: quem somos, de onde viemos, para onde vamos. Elas eram uma para outra, vinham de longe e iriam para mais longe. E no presente, elas saudavam aqueles que encontravam, divertiam-se com suas indagações filosóficas a respeito do espaço, do tempo, da finalidade, e que eram, também, indagações a respeito das próprias palavras… divertiam-se com suas vestimentas, tinham histórias para contar a respeito das cabaças, das roupas, dos sapatos… Apostavam mais na loucura do que na graça, mais na estranhamento do que no riso. Riam por dentro. Estavam vivas por dentro, então não temiam o vazio. Ganhavam o público lentamente. E não estavam preocupadas em ganhá-lo, mas tinham um magnetismo, e uma calma, que faziam com que elas chegassem, pousassem, comunicassem algo e saíssem. E realmente alguma coisa se modificava com elas, depois delas.

 

A dupla não precisava explicar porque estava ali. Elas precisavam peregrinar e encontrar as pessoas. Conhecer pessoas, esse era um motivo.

Rodrigo Luz

Beatriz Sayad, caderno Boca Larga dos Doutores da Alegria, 2008.

Rubens Amatto

João Ramid

Sobre Cabaças e cuias 

Conhecidos desde tempos ancestrais pelos nomes de cabaça, cuia, porongo, coité ou cuité, os frutos de espécies vegetais distintas, mas assemelhadas nos sistemas de pensamento e classificação populares, tem recebido múltiplos usos e sentidos ao longo dos séculos e em diferentes regiões geográficas, perdendo-se na história referencias à época e ao local de domesticação dos cabaceiros, porongos e das cuieiras no país.

Se a natureza, conforme sugeriu o antropólogo Claude Lévi-Strauss, constitui uma fonte inegável de recursos materiais, assim como um objeto de pensamento que se presta às mais ricas possibilidades de sistematização, então a cabaça, em suas várias formas de ocorrência no território brasileiro, é, sem dúvida, um fruto bom para usar, mas também para pensar. Bom para pensar o Brasil, as relações dos homens com os meios em que vivem, com os mundos que veem e representam, e os encontros e desencontros desses homens uns com os outros.

- Cláudia Márcia Ferreira -

Em 2007, Jessika Kibrit e Joana Carvalho fazem um TCC no curso de jornalismo sobre “Brasil na Cabaça” pela PUC/SP.

Rodrigo Luz

Em 2009 a dupla muda residência para Alter do Chão, subdistrito de Santarém-PA com o objetivo de aprofundar a pesquisa na região Amazônica, mergulhando ainda mais na cultura e imaginário local.

Juliana Balsalobre

Em 2008 realizam
Palhaças Amazônia Adentro:

uma parceria com os

Doutores da Alegria.

A dupla percorreu comunidades

ribeirinhas, quilombolas

e indígenas dos estados do Acre, Amazonas, Pará, Amapá e Maranhão, exercendo o ofício da palhaçaria.

Rodrigo Luz

Em 2012, junto à Cia. Do Feijão, realizam o projeto de circulação de espetáculos Tietê-Tapajós: águas e terras dos homens (Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz/2011), nas comunidades/cidades que margeiam os rios Maró, Tapajós e Arapiuns no Pará e rio Tietê em SP.

Rodrigo Luz

Foto: Lica Donaire

Em 2013 realizam o Projeto Arte Viva em Alter, com a parceria da ONG Namazônia, voltado para a vila de Alter do Chão com intervenções artísticas no Posto de Saúde, programa na Rádio Comunitária Alternativa, apresentação de espetáculos nas escolas Municipais, nas Praças, nos Bairros afastados do centro e durante as festas tradicionais da Vila.

 

Montam Divagar e Sempre com a direção de Luciana Viacava (Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz/2012) inspirado nas viagens realizadas.

Em 2014 circulam com o espetáculo Divagar e Sempre e ministram oficinas de palhaçaria nos estados do Amapá e Pará (Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz/2013 e parceria com a ONG Namazônia).

Divagar e Sempre

A trajetória da dupla é incluída na pesquisa de mestrado de Andrea Flores- UFPA sobre a Palhaçaria Feminina na Amazônia e na Revista Palhaçaria Feminina (número 2) organizada por Michele Silveira da Silva.

 

Participam da comemoração de 10 anos da Reserva Extrativista do Riozinho de Anfrisio-PA apresentando o espetáculo Semi-Breve.

Em 2015 lançam o Gibi: A Primeira Aventura, com ilustrações de Dedê Paiva (parceria com a ONG Namazônia e patrocínio do Banco da Amazônia).

​Montam o espetáculo O Dia da Caça (Prêmio Funarte Artes nas Ruas-2013), com direção de Lily Curcio - Seres de Luz Teatro.

Em 2016 apresentam o espetáculo Divagar e Sempre no 14 Feverestival, em Campinas.

 

Realizam a Mostra de 10 anos da dupla no Sesc Pompéia de junho a agosto em parceria com Nascedouro Gestão Cultural apresentando os três espetáculos do repertório e uma Contação de Histórias sobre a Amazônia.

 

Participam da comemoração de 10 anos da Reserva Extrativista do Iriri-PA apresentando o espetáculo O Dia da Caça.

Em 2017 concentram as apresentações dos espetáculos em SP com objetivo de compatilhar a experiência amazônica com esse público, além de fazer intercâmbios artísticos com outros parceiros, aprimorando o trabalho técnico e criativo das atrizes. Desde então a dupla divide-se entre projetos lá e cá, entre Pará e São Paulo.


Em 2018 iniciam a Circulação de O Dia da Caça selecionado pelo Programa Petrobrás Distribuidora de Cultura 2018/2019 pelos estados do Acre, Amazonas, Rondônia e Roraima.

Foto: Pablo Saborido

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